Sinopses de Filmes

G
"O Grito", de Takashi Shimuzi (2004)
"Gladiador", de Ridley Stone (2000)
"Garganta Profunda", de Gerard Damiano (1972)
"Gattaca - A Experiência Genética",
de Andrew Niccol (1997)
"A Guerra dos Mundos", de Byron Kaskin (1953)
“A Glória de Um Covarde”, de John Huston (1951)
“Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador”, de Lasse Hallström.(1993)
“A Gardênia Azul”, de Fritz Lang (1953)

 

 

 

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"O Grito", de Takashi Shimizu (2004)

 

 

Produzido em 2004, The Grudge é uma refilmagem do japonês Ju-OnThe Grudge, de 2003, do mesmo diretor. O filme teve tanto sucesso no Japão que a Columbia Pictures convidou Shimizu a fazer uma versão norte-americana do filme (apesar dele transcorrer em Tóquio). Karen, interpretado por Sarah Michelle Gellar, é uma assistente social, que faz estágio no Centro de Apoio em Tóquio, em Tóquio. É incumbida de cuidar de uma senhora idosa doente que vive numa típica casa japonesa, onde ocorrera há anos, um triplo assassinato (ao descobrir que a mulher o traia, ou tinha fantasias de amor e desejo com seu professor norte-americano, marido mata mulher e filho). Na casa mal-assombrada, Karen é exposta a uma maldição: o espírito dos mortos, imbuidos de resentimento moral e vingança, volta para vingar-se dos vivos. Mais um terror japonês refilmado por estúdios de Holywood (o último foi O Chamado, de 2003, refilmagem de Rinku, de Hideo Tanaka, e que terá continuação em breve). É um típico exemplar do mote clássico dos filmes de terror: mortos voltam para aterrorizar os vivos. Numa perspectiva sociológica, tal enredo clássico dos filmes de terror pode ser considerado expressão de uma dimensões estruturais da modernização capitalista: sua incapacidade de abolir as formas estranhadas do passado, que continuam pesando como um fardo sobre os vivos. Talvez o subgênero dos filmes de terror que apelam para mortos-vivos e fantasmas, seja a representação estética deste traço ontológico do sócio-metabolismo do capital. É importante destacar que o capitalismo no Japão vive uma crise lancinante há cerca de quinze anos. Nas últimas décadas, a sociedade japonesa está alucinada pela modernização capitalista incontrolável, que destroça as tradições do passado (entre elas a familia). O índice de suicídio tem crescido de forma assustadora. E a juventude não tem muita perspectivas de futuro. Este base social, alucinada pela crise estrutural, busca nos filmes de terror, uma válvula de escape para seus medos reais. Em The Grudge, a narrativa não-linear e novos efeitos especiais contribuem para uma atmosfera estranhada, de intenso pavor e suspense, absolutamente desligada dos acontecimentos da vida social e política (o que contribui para a plena fetichização dos elementos narrativos, o que é comum no gênero terror).
Para conferir, o site do filme The Grudge. [topo]

(2004)

 

 

"Gladiador", de Ridley Scott (2000)

Produção de 2000, ganhadora de vários Oscars da Academia de Cinema de Hollywood. O general Maximus, após se negar a aceitar como sucessor do Imperador Marcus Aurelius, seu filho, Commodus, que usurpou o trono, assasinando o pai, é condenado a morte e tem mulher e filho executados. Consegue escapar da morte, torna-se escravo e gladiador e volta a Roma para executar sua vingança contra o Imperador. É claro que, Hollywood não é nenhuma Academia de História, mas sim uma imensa Fábrica de Sonhos. É bobagem buscar verossimilhança em seus dramas históricos. Em Gladiator, Maximus, interpretado por Russel Crowe, nunca existiu. É um personagem imaginário. Aliás, todo o enredo possui falhas graves de veracidade histórica (vide sinopse crítica de Pablo Villaça). Entretanto, o filme tem outra função. Em primeiro lugar, exigir de nós, a busca da verdade histórica, provocando-nos a conhecer mais a história do Império Romano. Além desta função pedagógica às avessas, o filme histórico tende a criar alegorias sobre o tempo presente a partir de personagens, imaginários ou não, do tempo passado. A questão é: o que levou Scott a filmar Gladiator em nossa época? Teria o filme algo a nos dizer, nos primórdios do século XXI, de crise estrutural do capital, de expansionismo imperial dos EUA e de seus impasses geopolíticos?. Um detalhe curioso: o diálogo mais instigante do filme ocorre logo no inicio entre o general Maximus e o Imperador Marcus Aurelius. Eles discutem a sucessão imperial e o sentido do expansionismo secular de Roma. O cansaço do Imperador-filósofo Marcus Aurelius é expressão pessoal do esgotamento irremediável de um ciclo civilizacional. Talvez seja uma lição de vida (e de história) para o nosso tempo. Outra figura de interesse é o intragável Imperador Commodus, medíocre e ambicioso, verdadeira síntese pessoal da etapa de decadência do Império Romano. São personagens típicos de verdadeiros dramas históricos. Talvez Stone tenha deslocado para tais personagens a verdade oculta de seu suposto filme histórico. No mais, é uma saga heróica de vingança elaborada com competência técnica e vigor cenográfico (o filme é genial pela reconstituição de Roma Antiga). [topo]
(2004)

 

 

"Garganta Profunda", de Gerard Damiano (1972)
(como Jerry Gerard
)

 

Linda Lovelace é uma jovem mulher insatisfeita e frustrada com sua vida sexual, que descobre, ao consultar um terapeuta sexual, que seu clitóris se localiza na garganta. A partir daí torna-se atendente do Dr. Young (interpretado por Harry Reems), conhecendo os mais estranhos casos de anormalidade sexual. Os casos clínicos do Dr. Young desvelam, com sutileza, traços da sociabilidade capitalista nos EUA: o apego fetichista à memória; sexo e consumo (...de Coca-Cola); e sexo e agressividade; enfim, símbolos típicos de uma sexualidade dessublimada, mas reprimida pelos critérios estranhados de socialização do capital. Clássico do cinema pornô, que explicita, com humor grosseiro, a aguda monotonia da vida pessoal no mundo burguês. O sexo fetichizado em alto grau, totalmente impregnado de critérios quantitativistas (só um big cock poderia fazer Linda gozar...), expõe uma via de escape para o prosaísmo do mundo burguês. Em 2005, Deep Throat voltou a ser exibido nos EUA, reconhecido como um ícone cultural dos 70’s. Em 2005, Fenton Bailey e Randy Barbato, lançaram um documentário de sucesso, intitulado Inside Deep Throat, que expõe a exploração da indústria da pornografia nos EUA (o que explicaria o retorno do filme porno-trash de Damiano). Dica: o longo artigo de Bruce Handy sobre Deep Throat.[Topo]
(2004)

 

 

 

"Gattaca - A Experiência Genética", de Andrew Niccol (1997)

Ficção-científica do mesmo diretor de Simone (Andrew Niccol). Num futuro, no qual os seres humanos são criados geneticamente em laboratórios, pessoas concebidas biologicamente são consideradas "inválidas". Vincent Freeman (Ethan Hawke), um "inválido" que sonha viajar para o espáoc sideral, consegue ter acesso à corporação Gattaca ao incoporar a identidade de Jerome Mostow. O tema candente é a engenharia gené’tica à serviço da discriminação social. Ao ser utilizad como forma de controle social, a engenharia genética e suas técnicas de manipulação do código da vida, aprofunda as determinações de classe social, criando novas clivagens sociais. Ao dominar a Natureza, sob o sistema do capital, a burguesia tende a aprofundar mais ainda a dominação e exploracão da classe subalterna. Na sociedade de Gattaca não existem mais acasos, as técnicas de controle genético e eugenia determinam tudo. Só não conseguem evitar a ambição e a corrupção (como se evidencia no assassinato do diretor da missão espacial para Júpiter em Gattaca). Para análise crítica do filme, Clique Aqui.[Topo]
(2005)

 



"A Guerra dos Mundos", de Byron Kaskin (1953)

Um objeto voador cai numa localidade no interior da Califórnia. Atrai a atenção de pessoas, entre elas o cientista em férias, Dr. Clayton Forrester, convidado a investigar o estranho OVNI. A seguir, constata-se a aterrisagem de outros objetos voadores. A Terra encontra-se diante de uma invasão de seres extra-terrestres. O Exercito norte-americano, com todo seu arsenal de guerra, não consegue deter a invasão marciana que atinge todo o planeta. Adaptação do clássico de H. G. Wells sobre a invasão marciana da Terra. Os alienígenas são apresentados como invasores que buscam ocupar a Terra. No final, observa-se que os homens com suas armas de destruição em massa nada conseguem contra os alienígenas. É a própria Natureza que detém a ameaça marciana e impede a invasão dos marcianos. [topo]
(2005)

 

 

“A Glória de Um Covarde”, de John Huston (1951)

 


O jovem Henry Fleming (interpretado por Audie Murphy), é recruta do Exército Americano na Guerra da Secessão que após ser comunicado que irá para o campo de batalha, inicia um de seus maiores dramas e desafios pessoais. Duas batalhas são iniciadas: uma, pessoal e outra, real. Como um jovem inseguro e despreparado, o medo de Henry parece ser maior que sua bravura. Mas logo Henry busca enfrentar o medo e encara-lo de frente, para depois tornar-se um herói de guerra. Aos poucos, o medo e a covardia se transformam em bravura...O filme baseado no clássico da literatura de Stephen Crane retrata o lado humano da Guerra Civil norte-americana. O heroísmo de John Huston em The Red Badge of Courage, não é um heroísmo perene, mas sim, permeado da tensa dialética entre medo e bravura. O horror da guerra aparece de modo explicito e a bravura de Henry é mais uma fuga para a frente do que uma mera apologia da barbárie da guerra.[topo]
(2006)

 

 

 

“Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador”, de Lasse Hallström.(1993)


 

A história se passa numa pequena cidade do interior dos EUA, onde vive Gilbert Grape, um adolescente comum (interpretado por Johnny Depp) que sustenta a família desde a morte do pai. Alem das duas irmãs, Gilbert cuida do irmão deficiente mental (Leonardo DiCaprio) e da mãe obesa. Em What's Eating Gilbert Grape, Lasse Hallstrom expõe o tédio da vida de cidades provincianas, como no clássico “A Última Sessão de Cinema”, e o drama trágico do jovem adolescente que sustenta o fardo familiar. A imobilidade de Gilbert Grapes se contrasta com a mobilidade da jovem forasteira. Mas o que é interessante destacar é a precariedade aguda de Grapes– tanto na situação familiar, quanto na situação afetiva (ele mantém um caso com uma mulher casada) e inclusive na situação de emprego (é empregado numa pequena loja de variedades ameaçada pelo hipermercado que se instala na cidade). [topo]
(2006)

 

 

 

“A Gardênia Azul”, de Fritz Lang (1953)

 

 

Filme noir da fase americana de Fritz Lang. Uma jovem telefonista, frustrada por ter sido abandonada pelo noivo, fuzileiro naval na Coréia, aceita sair com sedutor artista, o playboy Harry Prebble (Raymond Burr). No dia seguinte, a policia descobre o corpo dele e busca a suposta assassina. Entretanto, a jovem não se lembra de nada do que ocorreu e sentindo-se culpada, foge. Recorre ao jornalista Casey Mayo (Richard Conte), buscando demonstrar sua inocência. Thriller de Fritz Lang cujos filmes da sua fase norte-americana apresentam protagonistas esmagados pelo sentimento de culpa, buscando provar que são inocentes e perseguidos pelo sistema das coisas. Através de seus thrillers, Fritz Lang conseguiu expressar com vigor o espírito de estranhamento que se dissemina na trama das relações sociais do mundo burguês (a estória de The Blue Gardenia, possui similaridades com o filme "Chantagem e Confissão", de Alfred Hitchcock, de 1929). Na verdade, nos filmes de Lang o vazio existencial tende a se traduzir em esmagadores sentimentos de culpa. O filme possui tratamento visual sofisticado, com Fritz Lang demonstrando talento na iluminação e no jogo de claros-escuros que tradzuem o estado de espírito dos personagens.[topo]