Sinopses de Filmes

S
"As Sete Máscaras da Morte", de Douglas Hickox
(1973)
"Segunda-Feira Ao Sol", de Fernando León de Aranoa (2002)
"O Senhor dos Anéis", de Peter Jackson (2001/2002/2003)
"O Sexto Sentido", de M. Night Shyamalan (1999)
"O Sucesso a Qualquer Preço", de James Foley (1992)
"Sinais", de M. Night Shyamalan (2002)
“Sob os Tetos de Paris”, de René Clair (1930)
"Semente do Mal", de Billy Wilder (1934)
“Suspiria”,
de Dario Argento (1977)
"Soberba", de Orson Welles (1942)
"Sai da Frente”, de Abílio Pereira de Almeida (1952)

 

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"As Sete Máscaras da Morte", de Douglas Hickox (1973)


Theatre of Blood, de Douglas Hickox (1973) é mais uma perfomance do mestre do horror Vincent Price no papel de Edward Lionheart, ator shakespeariano clássico que se vinga dos críticos teatrais que o impediram de ganhar o Prêmio do Círculo de Criticos, o Oscar do Teatro Inglês. No estilo de The Abominable Dr. Phibes, de 1971, Edward Lionheart irá executar sua vingança em alto estilo, assassinando cada crítico teatral a partir de situações tiradas de peças de William Shakespeare. Se no filme de 1971, a vingança de Vincent Price atingia médicos da alta classe média londrina, em Theatre of Blood seu alvo são críticos teatrais de renome, profissionais de poder e prestigio na sociedade burguesa, que têm, em suas mãos, o destino de vida e morte. Mais uma vez, Price se insurge contra as personificações mediocres do poder burguês (os personagens-tipos, objetos da vingança de Lionheart, são vaidosos e venais). Lionheart é a representação do ator clássico, que resiste às vanguardas modernistas e a mudança cultural da Londres da década de 1970 (a década da crise estrutural do capital). Na verdade, sua vingança pessoal é um mero escape irracionalista diante do "admirável mundo novo" do modernismo decadentista burguês abstrato e vazio. Ele quase prenuncia o pós-modernismo e o vazio cultural dos anos Thatcher (a década de 1980). O débacle da cultura clássica diante do neocapitalismo avassalador, dominado pelo mass midia e pela manipulação do gosto estético, é tratado em Theatre of Blood como uma mistura de sinfonia do horror e humor negro no estilo inglês. Alguns detalhes: tal como filme anterior, a Scotland Yard não consegue prender Price, tornando-se uma crítica nada sutil à ineficácia hilária do aparato policial burguês. Em seu tour shakespeariano de sangue, Lionheart é acompanhado por um contingente do lumpen-proletariat londrino, ou seja, mendigos, maltrapilhos e incapazes que nunca conseguiram usufruir das benesses do Welfare State e que assessoram o velho ator shakesperiano em sua perfomance de sangue (estariam eles, a seu modo, executando uma vingança pessoal contra as personas do capital?). Dica: a crítica de Jon Bastian de Theatre of Blood para o Film Monthly. [topo]

(2005)

 

 

"Segunda-feira ao Sol", de Fernando León de Aranoa (2002)

 


Ex-operários de estaleiro naval vivem drama pessoal do desemprego, em cidade litorânea da Espanha. Filme espanhol de temática candente que esboça a anatomia do cotidiano de desempregados espanhóis. Santa (interpretado por Javier Bardem), está indignado por ser obrigado a indenizar a empresa, no valor de uma luminária quebrada durante o protesto dos operários contra o desemprego; José vive uma relação afetiva difícil com a mulher, operária precária de uma indústria de pescado. Lino, homem de meia-idade, busca, sem sucesso, colocação no mercado de trabalho, enfrentando preconceito com idade e falta de conhecimento em Informática. Amador, desempregado abandonado pela mulher, solitário, esconde dos colegas sua miséria humana. Como diz o mote publicitário: “Esse filme não é baseado numa estória real. Mas em milhares”. O desemprego é a explicitação perversa da situação-limite do trabalho na sociedade do capital. Aranoa consegue traduzir em dramas pessoais a condição perversa do agudo estranhamento da classe operária, expresso através do desemprego de longa duração (há mais de dois anos, os desempregados homens não conseguem entrar no mercado de trabalho). Os desempregados estão alienados até mesmo do sentido do tempo (na cena final, Santa pergunta: "Que dia é hoje?"). O destino comum de Santa, José, Lino e Amadaor expressa uma candente realidade de classe. E a dimensão de gênero se apresenta de forma explicita: os personagens desempregados de Segunda-feira ao Sol são homens de meia-idade, no ápice de suas forças produtiva pessoal.[topo]
(2005)

 

 

 

"O Senhor dos Anéis", de Peter Jackson - A Trilogia

 

1. A Sociedade do Anel (2001)

Baseado no primeiro livro da consagrada trilogia de J.R.R. Tolkien, o filme conta a saga do hobbit Frodo Bolseiro, que tem a missão de destruir um anel mágico (Um Anel). Para ajudá-lo na tarefa, é formada uma sociedade, onde além dos hobbits irão Elfos, Anões e Homens, que tentarão evitar que o Mal se instale em toda a Terra-Média.

2. As Duas Torres (2002)

Após a dissolução da Sociedade do Anel, Frodo e Sam seguem em sua jornada rumo à Montanha da Perdição enquanto que Aragorn, Legolas e Gimli partem para resgatar os hobbits sequestrados. Um personagem que ajuda a aliviar o maniqueísmo intrínseco à alegoria de O Senhor dos Anéis, é Gollum. Trata-se de um ser de dupla personalidade, uma boa e uma má. Sua função é servir de guia ao hobbit Frodo Bolseiro. Em As Duas Torres, ocorre o combate entre humanos e aliados contra orcs, representação suprema do Mal. O mago Saruman comanda as tropas que visam o triunfo do Mal.

3. O Retorno do Rei (2003)

Sauron, o Senhor do Escuro, planeja um grande ataque a Minas Tirith, capital de Gondor, o que faz com que Gandalf e Pippin partam para o local na intenção de ajudar a resistência. Um exército é reunido por Theoden em Rohan, em mais uma tentativa de deter as forças de Sauron. Enquanto isso Frodo, Sam e Gollum seguem sua viagem rumo à Montanha da Perdição, para destruir o Um Anel.

A longa trilogia de J. R. R. Tolkien é uma complexa alegoria do Poder e seu fascínio supremo. O Um Anel, matriz do Poder, foi forjado por Sauron, o Senhor do Escuro, prefiguração alegórica da barbárie suprema (o que demonstra a atualidade histórica da alegoria de Tolkien). O mundo alegórico de Tolkien é composto por uma multiplicidade de seres fantásticos: hobbits, elfos, anões, orcs, trolls, etc. São representações alegóricas de um mundo social pré-capitalista, imerso em fantasias bucólicas, ligadas aos seres da Floresta. Mas ao utilizar a linguagem alegórica, Tolkien tende a ocultar a natureza sócio-histórica do Poder e sua dimensão estranhada. A própria barbárie social é reduzida a disposições naturais dos seres fantásticos. Na verdade, o Poder, como fenomeno sócio-histórico, está pressuposto nas categorias de divisão hierárquica do trabalho, propriedade privada e sua derivações estranhadas (Estado político, classe social, ideologia e trabalho como atividade exclusiva). Enfim, possui uma origem histórica e sua abolição pressupõe um ato histórico decisivo. O único personagem realista em Tolkien parece ser Gollum, personalidade esquizóide, dividido entre o fascínio e estranhamento pelo Poder. Gollum é clivado de contradições e expressa a cisão humana diante do controle sócio-metabólico do capital. Podemos dizer que o Um Anel é a alegoria suprema do Capital como sistema de metabolismo social. É curioso que, apesar da destruição do Um Anel e portanto, do Poder, as categorias de divisão hierárquica do trabalho e do próprio poder político continuam existindo na Terra-Média através da figura do Rei e de seu aparato militar. O que sugere que Tolkien (ou a adaptação feita por Peter Jackson) admite que possa existir um Poder do Mal e um Poder do Bem (o que é um viés ideológico). [topo]
(2005)


 

"O Sexto Sentido", de M. Night Shyamalan (1999)

 

Malcolm Crowe, interpretado por Bruce Willis, é um terapeuta infantil que abraça com dedicação o caso de Cole Sear, um menino de 8 anos, filho de pais separados, que apresenta sinais de distúrbios de comportamento. Cole tem dificuldades de entrosamento na escola e vive paralisado de medo. O menino confessa a Crowe que possui um dom sobrenatural: é capaz de ver pessoas mortas e conversar com elas. Finalmente, Malcolm Crowe descobre que está morto. Filme de narrativa fantástica do diretor M. Night Shyamalan, que trata com sobriedade elementos do cinema fantástico, sugerindo, deste modo, uma reflexão sobre a civilização burguesa nos EUA. O filme se passa na Filadélfia, que foi, até 1800, primeira capital dos EUA (o fascínio de Shyamalan pelo tema dos pioneiros da América iria aparecer novamente no filme A Vila, de 2004). Em The Sixth Sense, o menino Cole Sear é alucinado pelos espectros do passado que o perseguem. E o terapeuta Crowe é um homem que não sabe que está morto. Na verdade, parece tão normal quanto qualquer um de nós. Shyamalan coloca ingredientes curiosos para uma reflexão sobre a sociabilidade estranhada do Imperio dos EUA, imerso em sua crise estrutural e alucinado pelo medo (o filme foi produzido antes do 11 de setembro). Na verdade, The Sixth Sense é uma fábula fantástica do Império norte-americano, que não sabe que está morto. [topo]
(2005)

 

 

"O Sucesso a Qualquer Preço", de James Foley (1992)

 

Durante a recessão de 1991 nos EUA, sob o governo George Bush, Shelley Levine (interpretado por Jack Lemmon), Dave Moss e George Aaronow trabalham na agência imobiliária. Só Ricky Roma (interpretado por Al Pacino) consegue fechar bons negócios. O gerente John Williamson (Kevin Spacey) convoca os corretores para uma reunião com Blake, o homem de vendas enviado pela Matriz. Em sua exposição, Blake deixa claro que Levene, Moss e Aaranow são profissionais fracassados e cartas praticamente fora do baralho. Para que mantenham seus empregos, Blake oferece uma última chance: uma espécie de competição de vendas. Para o primeiro colocado, um Cadillac Eldorado. Para o segundo, um conjunto de facas. Para o terceiro, a rua. Drama social contundente baseado em peça teatral de David Mamet, retratando o espírito do capitalismo global, sob o império da crise e das leis da concorrência (e do monopólio), com seus agudos particularismos que penetram no mundo do trabalho, o supremo egoísmo que se acirra em momento de crise recessiva. Glengarry Glenn Ross apresenta o drama dos vendedores do mercado imobiliário, obrigados a alienar a própria alma para garantir bons negócios, baseados na tergiversão/dissimulação/manipulação de afetos e humores, buscando conquistar clientes, algumas vezes atraindo-os para verdadeiras arapucas. O selvagem particularismo (um dos elementos do estranhamento do capital) e a precariedade do trabalho vivo em sua forma concentrada, se expressam através da linguagem agressiva (chula e de baixo calão) utilizada entre os próprios trabalhadores, acuados por uma lógica férrea do mercado, da concorrência e da exploração (o que está em jogo para o sucesso dos bons negócios é o acesso às boas dicas de venda, as "Glengarry Glenn Ross", que está impedido para Levene, Moss e Aaranow). Diante de todos nós, dramas individuais de subjetividades massacradas pela lógica das coisas, levados a cometer atos ilícitos e a chegar a situações-limites. Na sociedade da ideologia do sucesso a qualquer preço, as formas estranhadas do capital assumem dimensões trágicas. É o que Glengarry Glenn Ross busca destacar, seguindo a linha do clássico Death of Salesman, de Arthur Miller.[topo]

 

 

"Sinais", de M. Night Shyamalan (2002)

 

Numa fazenda da Pensilvânia, no condado de Bucks, vive Graham Hess (Mel Gibson), um viúvo, ex-padre, com seus dois filhos, Morgan (Rory Culkin) e Bo (Abigail Breslin). Também moram com eles, Merrill (Joaquin Phoenix), o irmão de Graham. Graham se recusa a ser chamado como padre, pois questionou sua fé desde quando sua mulher, Colleen (Patricia Kalember), foi morta ao ser atropelada por Ray Reddy (M. Night Shyamalan), um morador da região que dormiu enquanto dirigia. Certo dia, surgem misteriosos e imensos círculos na plantação de milho dos Hess. A origem dos círculos é desconhecida. Logo tais círculos iriam surgir em outros lugares no planeta Terra, indicando que se trata de uma invasão de alienígenas. Drama fantástico que incorpora um tema caro à ficção-científica (a de Guerra dos Mundos, clássico de 1952), mas trata, em última instância, do problema da perda da fé do homem moderno diante das contingências da vida moderna. Signs se inspira também em outro filme de invasão de estranhos: o clássico A Noite dos Mortos-Vivos, de George Romero. Em seus filmes, M. Night Shyamalan (de Corpo Fechado e A Vila) expressa o imaginário fantástica do Império norte-americano em crise, seus impasses existenciais, a falência do American Dream, e sua incapacidade de constituir, mais do que nunca, uma vida plena de sentido. Em Signs, é preciso que ocorra uma invasão alienígena para Graham Hess voltar a ter fé e dar um sentido às contingências da vida pessoal. O último dia de filmagem de Signs ocorreu após o 11 de setembro de 2001. [topo]

 

 

“Sob os Tetos de Paris”, de René Clair (1930)

 

 

Albert (interpretado por Albert Préjean) é um cantor de rua da Paris da década de 1920 que conhece uma bela jovem, Póla (Pola Illéry), cortejada também por um gângster. Albert decide conquistar o coração de Póla com a ajuda de canções, mímica e pouca conversa. Sous les toits de Paris é uma comédia de suspense, realizada numa nostálgica (e provinciana) Paris. Neste filme, Clair ainda não conseguiu superar a linguagem do cinema mudo. Entretanto, é perceptivel que ele conseguiu incorporar, com desenvoltura e expressividade, o tema musical (o que ele demonstraria também em A Nous La Liberte, de 1931). René Clair dirigiu e escreveu o roteiro, expressando no filme sua visão satírica da vida e principalmente, do amor romântico, com suas ilusões e trapaças. Na verdade, Clair é um critico sutil da modernidade do capital e de suas ideologias candentes (por exemplo, a ideologia do trabalho e a ideologia do amor romântico, cuja critica visceral ele iria expressar no clássico A Nous La Liberte). É também um cineasta das alturas, com suas tomadas magnificas dos tetos da paisagem urbana de Paris (perceptivel no curta Entr'acte e Le Million). [topo]
(2005)

 


 

"Semente do Mal", de Billy Wilder (1934)

 

Henri Pasquier, dandy parisiense, jovem de classe média, filho de um renomado médico, frustrado por perder seu automóvel, que utilizava na boa vida e em conquistas amorosas, decide roubar um veículo. Entretanto, acaba se envolvendo com um grupo organizado de puxadores de automóveis de Paris. Henri acaba se integrando à gang e começa um romance com Jeanette, irmã do jovem Jean, membro do grupo. Por lutar por direito iguais para os integrantes da gang, Henri contraria o líder dos puxadores. Insatisfeito, o chefe planeja uma emboscada para eliminá-lo. Um dos primeiros filmes da carreira de Billy Wilder, que dirigiu ao lado de Alexander Esway. É interessante que a trama filmica se détem em torno de valores da civilização do automóvel, como o estilo dandy do jovem Henri, sua auto-afirmação através do automóvel, seja como dandy e depois, como gangster e a falta de perspectivas para jovens de classe média, como é o caso de Henri e do jovem Jean-la-Cravate, irmão de Jeanette (que tinha compulsão em colecionar gravatas, símbolo da elegância ligado ao poder e a high society). Em destaque, cenas urbanas da Paris de 1933. [topo]
(2005)


“Suspiria”, de Dario Argento (1977)

 

Susan Banyon (interpretada por Jessica Harper) é uma jovem bailarina norte-americana que viaja até uma prestigiada e conservadora academia de dança na Europa, onde conhece a misteriora Madame Blanc (Joan Bennet) e a Srta. Tanner (Alida Valli). Quando uma série de bizarros incidentes e crimes horríveis começam a acontecer na academia, Susan tenta fugir e descobre que o local está tomado por uma horripilante força sobrenatural, conduzida por uma maligna seita de bruxas. Filme do mestre italiano do horror, Dario Argento, repleto de cenas grotescas, alucinatórias e arrepiantes. O impacto das imagens de cores fortes, com destaque para o vermelho, contribui para a sensação de terror contínuo, sufocante e terrível. Argento nos conduz para as forças estranhas, do passado medieval, de seitas secretas que subsistem no seio da modernidade do capital. O filme se passa numa cidade remota da Europa civilizada e a visitante é uma jovem norte-americana, representação da alta modernidade, alucinada pelas forças malignas do estranhamento primordial. [topo] (2006)

 

 

 

"Soberba", de Orson Welles (1942)

 

Na Indianápolis do final do século XIX, a família Amberson se revela relutante em acompanhar as mudanças do mundo industrializado. Primeiro, Isabel Amberson (interpretada por Dolores Costello) deixa de casar com a grande paixão de sua vida em razão de preconceitos aristocráticos (numa serenata, houve um pequeno acidente, que fez com que ela se sentisse ridícula e acabasse rejeitando Eugene, o homem que amava, casando-se com Wilbur Minafer). Anos depois, Eugene (Joseph Cotten), que se tornara um grande homem de negócios, regressa à cidade com sua filha Lucy. Após a morte de Wilbur, o amor entre Eugene e Isabel reacende, mas George, por pura estupidez, faz de tudo para sabotar o romance. Em The Magnificent Ambersons, George Amberson é a expressão da cegueira histórica e do reacionarismo das classes aristocráticas, incapazes de terem a percepção de futuro e das mudança das coisas. No caso de George, colocam-se não apenas contra o progresso da civilização (como sugere a leganda da foto acima), mas do amor de um homem e de uma mulher. Diante da observação de George Amberson (vide foto acima), Eugene observa: “Talvez George não esteja errado sobre os automóveis. Com todos os avanços, talvez seja um passo atrás para a civilização. Talvez nada acrescentem às belezas do mundo ou à alma do homem. Mas em alguns anos tudo será diferente por causa deles. Vão mudar a guerra e irão mudar a paz. Acho que a mentalidade humana vai mudar por causa dos automóveis.” O cineasta Orson Weeles com The Magnificent Ambersons (e antes, com Citizen Kane) conseguiu expor, com talento e perspicácia, a anatomia das classes aristocráticas norte-americanas, salientando seu caráter conservador e regressivo. Na verdade, a decadência dos Amberson é resultado desta incapacidade de acompanhar o progresso da civilização.[topo] (2006)

 

 

 

"Sai da Frente”, de Abílio Pereira de Almeida (1952)

 

 

Estréia de Mazaroppi nos cinema, até então artista de sucesso no circo, rádio e televisão. Em "Sai da Frente" ele representa o suburbano Isidoro, dono de um caminhão cujo apelido é Anastácio, que, para levar uma mobília de São Paulo para Santos, envolve-se em inúmeras confusões com burocratas, policiais, motoristas e uma partner de circo. O principal amigo de Isidoro, companheiro de trabalho, é um cão chamado Coronel, interpretado pelo cão Duque, famoso astro da Vera Cruz. O filme "Sai da Frente" foi um grande sucesso e tirou a Vera Cruz temporariamente das dificuldades financeiras. O roteiro é de Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne. O humor caustico de Mazzaropi toca em questões sociais como a burocracia do Estado, a arrogância policial, a hipocrisia do casamento de classe média e as intrigas suburbanas. [topo]