"As
Sete Máscaras da Morte", de
Douglas Hickox (1973)
Theatre of Blood, de Douglas Hickox (1973) é
mais uma perfomance do mestre do horror Vincent Price
no papel de Edward Lionheart, ator shakespeariano clássico
que se vinga dos críticos teatrais que o impediram de
ganhar o Prêmio do Círculo de Criticos, o Oscar
do Teatro Inglês. No estilo de The
Abominable Dr. Phibes, de 1971, Edward Lionheart irá
executar sua vingança em alto estilo, assassinando cada
crítico teatral a partir de situações tiradas
de peças de William Shakespeare. Se no filme de 1971,
a vingança de Vincent Price atingia médicos da
alta classe média londrina, em Theatre of Blood
seu alvo são críticos teatrais de renome, profissionais
de poder e prestigio na sociedade burguesa, que têm, em
suas mãos, o destino de vida e morte. Mais uma vez, Price
se insurge contra as personificações mediocres
do poder burguês (os personagens-tipos, objetos da vingança
de Lionheart, são vaidosos e venais). Lionheart é
a representação do ator clássico, que resiste
às vanguardas modernistas e a mudança cultural
da Londres da década de 1970 (a década da crise
estrutural do capital). Na verdade, sua vingança pessoal
é um mero escape irracionalista diante do "admirável
mundo novo" do modernismo decadentista burguês abstrato
e vazio. Ele quase prenuncia o pós-modernismo e o vazio
cultural dos anos Thatcher (a década de 1980). O débacle
da cultura clássica diante do neocapitalismo avassalador,
dominado pelo mass midia e pela manipulação do
gosto estético, é tratado em Theatre of Blood
como uma mistura de sinfonia do horror e humor negro no estilo
inglês. Alguns detalhes: tal como filme anterior, a Scotland
Yard não consegue prender Price, tornando-se uma
crítica nada sutil à ineficácia hilária
do aparato policial burguês. Em seu tour shakespeariano
de sangue, Lionheart é acompanhado por um contingente
do lumpen-proletariat londrino, ou seja, mendigos,
maltrapilhos e incapazes que nunca conseguiram usufruir das
benesses do Welfare State e que assessoram o velho
ator shakesperiano em sua perfomance de sangue (estariam eles,
a seu modo, executando uma vingança pessoal contra as
personas do capital?). Dica: a crítica de Jon Bastian
de Theatre of Blood para o Film Monthly. [topo]
(2005)
"Segunda-feira
ao Sol",
de Fernando León de Aranoa (2002)
Ex-operários
de estaleiro naval vivem drama pessoal do desemprego, em cidade
litorânea da Espanha. Filme espanhol de temática
candente que esboça a anatomia do cotidiano de desempregados
espanhóis. Santa (interpretado por Javier Bardem), está
indignado por ser obrigado a indenizar a empresa, no valor de
uma luminária quebrada durante o protesto dos operários
contra o desemprego; José vive uma relação
afetiva difícil com a mulher, operária precária
de uma indústria de pescado. Lino, homem de meia-idade,
busca, sem sucesso, colocação no mercado de trabalho,
enfrentando preconceito com idade e falta de conhecimento em
Informática. Amador, desempregado abandonado pela mulher,
solitário, esconde dos colegas sua miséria humana.
Como diz o mote publicitário: “Esse filme não
é baseado numa estória real. Mas em milhares”.
O desemprego é a explicitação perversa
da situação-limite do trabalho na sociedade do
capital. Aranoa consegue traduzir em dramas pessoais a condição
perversa do agudo estranhamento da classe operária, expresso
através do desemprego de longa duração
(há mais de dois anos, os desempregados homens não
conseguem entrar no mercado de trabalho). Os desempregados estão
alienados até mesmo do sentido do tempo (na cena final,
Santa pergunta: "Que dia é hoje?"). O destino
comum de Santa, José, Lino e Amadaor expressa uma candente
realidade de classe. E a dimensão de gênero
se apresenta de forma explicita: os personagens desempregados
de Segunda-feira ao Sol são homens de meia-idade,
no ápice de suas forças produtiva pessoal.[topo]
(2005)
"O
Senhor dos Anéis", de
Peter Jackson - A Trilogia
1.
A Sociedade do Anel (2001)
Baseado
no primeiro livro da consagrada trilogia de J.R.R. Tolkien,
o filme conta a saga do hobbit Frodo Bolseiro, que tem a missão
de destruir um anel mágico (Um Anel). Para ajudá-lo
na tarefa, é formada uma sociedade, onde além
dos hobbits irão Elfos, Anões e Homens, que tentarão
evitar que o Mal se instale em toda a Terra-Média.
2.
As Duas Torres (2002)
Após
a dissolução da Sociedade do Anel, Frodo e Sam
seguem em sua jornada rumo à Montanha da Perdição
enquanto que Aragorn, Legolas e Gimli partem para resgatar os
hobbits sequestrados. Um personagem que ajuda a aliviar
o maniqueísmo intrínseco à alegoria de
O Senhor dos Anéis, é Gollum. Trata-se de
um ser de dupla personalidade, uma boa e uma má. Sua
função é servir de guia ao hobbit
Frodo Bolseiro. Em As Duas Torres, ocorre o combate
entre humanos e aliados contra orcs, representação
suprema do Mal. O mago Saruman comanda as tropas que visam o
triunfo do Mal.
3.
O Retorno do Rei (2003)
Sauron,
o Senhor do Escuro, planeja um grande ataque a Minas Tirith,
capital de Gondor, o que faz com que Gandalf e Pippin partam
para o local na intenção de ajudar a resistência.
Um exército é reunido por Theoden em Rohan, em
mais uma tentativa de deter as forças de Sauron. Enquanto
isso Frodo, Sam e Gollum seguem sua viagem rumo à Montanha
da Perdição, para destruir o Um Anel.
A
longa trilogia de J. R. R. Tolkien é uma complexa alegoria
do Poder e seu fascínio supremo. O Um Anel, matriz do
Poder, foi forjado por Sauron, o Senhor do Escuro, prefiguração
alegórica da barbárie suprema (o que demonstra
a atualidade histórica da alegoria de Tolkien). O mundo
alegórico de Tolkien é composto por uma multiplicidade
de seres fantásticos: hobbits, elfos, anões,
orcs, trolls, etc. São representações
alegóricas de um mundo social pré-capitalista,
imerso em fantasias bucólicas, ligadas aos seres da Floresta.
Mas ao utilizar a linguagem alegórica, Tolkien tende
a ocultar a natureza sócio-histórica do Poder
e sua dimensão estranhada. A própria barbárie
social é reduzida a disposições naturais
dos seres fantásticos. Na verdade, o Poder, como fenomeno
sócio-histórico, está pressuposto nas categorias
de divisão hierárquica do trabalho, propriedade
privada e sua derivações estranhadas (Estado
político, classe social, ideologia e trabalho como atividade
exclusiva). Enfim, possui uma origem histórica e sua
abolição pressupõe um ato histórico
decisivo. O único personagem realista em Tolkien parece
ser Gollum, personalidade esquizóide, dividido entre
o fascínio e estranhamento pelo Poder. Gollum é
clivado de contradições e expressa a cisão
humana diante do controle sócio-metabólico do
capital. Podemos dizer que o Um Anel é a alegoria
suprema do Capital como sistema de metabolismo social.
É curioso que, apesar da destruição do
Um Anel e portanto, do Poder, as categorias de divisão
hierárquica do trabalho e do próprio poder político
continuam existindo na Terra-Média através da
figura do Rei e de seu aparato militar. O que sugere que Tolkien
(ou a adaptação feita por Peter Jackson) admite
que possa existir um Poder do Mal e um Poder do Bem
(o que é um viés ideológico). [topo]
(2005)
"O
Sexto Sentido", de
M. Night Shyamalan (1999)
Malcolm
Crowe, interpretado por Bruce Willis, é um terapeuta
infantil que abraça com dedicação o caso
de Cole Sear, um menino de 8 anos, filho de pais separados,
que apresenta sinais de distúrbios de comportamento.
Cole tem dificuldades de entrosamento na escola e vive paralisado
de medo. O menino confessa a Crowe que possui um dom sobrenatural:
é capaz de ver pessoas mortas e conversar com elas. Finalmente,
Malcolm Crowe descobre que está morto. Filme de narrativa
fantástica do diretor M. Night Shyamalan, que trata com
sobriedade elementos do cinema fantástico, sugerindo,
deste modo, uma reflexão sobre a civilização
burguesa nos EUA. O filme se passa na Filadélfia, que
foi, até 1800, primeira capital dos EUA (o fascínio
de Shyamalan pelo tema dos pioneiros da América iria
aparecer novamente no filme A Vila,
de 2004). Em The Sixth Sense, o menino Cole Sear é
alucinado pelos espectros do passado que o perseguem. E o terapeuta
Crowe é um homem que não sabe que está
morto. Na verdade, parece tão normal quanto qualquer
um de nós. Shyamalan coloca ingredientes curiosos para
uma reflexão sobre a sociabilidade estranhada do Imperio
dos EUA, imerso em sua crise estrutural e alucinado pelo medo
(o filme foi produzido antes do 11 de setembro). Na verdade,
The Sixth Sense é uma fábula fantástica
do Império norte-americano, que não sabe que está
morto. [topo]
(2005)
"O
Sucesso a Qualquer Preço",
de James Foley (1992)
Durante
a recessão de 1991 nos EUA, sob o governo George Bush,
Shelley Levine (interpretado por Jack Lemmon), Dave Moss e George
Aaronow trabalham na agência imobiliária. Só
Ricky Roma (interpretado por Al Pacino) consegue fechar bons
negócios. O gerente John Williamson (Kevin Spacey) convoca
os corretores para uma reunião com Blake, o homem de
vendas enviado pela Matriz. Em sua exposição,
Blake deixa claro que Levene, Moss e Aaranow são profissionais
fracassados e cartas praticamente fora do baralho. Para que
mantenham seus empregos, Blake oferece uma última chance:
uma espécie de competição de vendas. Para
o primeiro colocado, um Cadillac Eldorado. Para o segundo, um
conjunto de facas. Para o terceiro, a rua. Drama social contundente
baseado em peça teatral de David Mamet, retratando o
espírito do capitalismo global, sob o império
da crise e das leis da concorrência (e do monopólio),
com seus agudos particularismos que penetram no mundo do trabalho,
o supremo egoísmo que se acirra em momento de crise recessiva.
Glengarry Glenn Ross apresenta o drama dos vendedores
do mercado imobiliário, obrigados a alienar
a própria alma para garantir bons negócios, baseados
na tergiversão/dissimulação/manipulação
de afetos e humores, buscando conquistar clientes, algumas vezes
atraindo-os para verdadeiras arapucas. O selvagem particularismo
(um dos elementos do estranhamento do capital) e a precariedade
do trabalho vivo em sua forma concentrada, se expressam através
da linguagem agressiva (chula e de baixo calão) utilizada
entre os próprios trabalhadores, acuados por uma lógica
férrea do mercado, da concorrência e da exploração
(o que está em jogo para o sucesso dos bons negócios
é o acesso às boas dicas de venda, as "Glengarry
Glenn Ross", que está impedido para Levene, Moss
e Aaranow). Diante de todos nós, dramas individuais de
subjetividades massacradas pela lógica das coisas,
levados a cometer atos ilícitos e a chegar a situações-limites.
Na sociedade da ideologia do sucesso a qualquer preço,
as formas estranhadas do capital assumem dimensões trágicas.
É o que Glengarry Glenn Ross busca destacar,
seguindo a linha do clássico Death of Salesman,
de Arthur Miller.[topo]
"Sinais",
de M. Night Shyamalan (2002)
Numa
fazenda da Pensilvânia, no condado de Bucks, vive Graham
Hess (Mel Gibson), um viúvo, ex-padre, com seus dois
filhos, Morgan (Rory Culkin) e Bo (Abigail Breslin). Também
moram com eles, Merrill (Joaquin Phoenix), o irmão de
Graham. Graham se recusa a ser chamado como padre, pois questionou
sua fé desde quando sua mulher, Colleen (Patricia Kalember),
foi morta ao ser atropelada por Ray Reddy (M. Night Shyamalan),
um morador da região que dormiu enquanto dirigia. Certo
dia, surgem misteriosos e imensos círculos na plantação
de milho dos Hess. A origem dos círculos é desconhecida.
Logo tais círculos iriam surgir em outros lugares no
planeta Terra, indicando que se trata de uma invasão
de alienígenas. Drama fantástico que incorpora
um tema caro à ficção-científica
(a de Guerra dos Mundos, clássico de 1952),
mas trata, em última instância, do problema da
perda da fé do homem moderno diante das contingências
da vida moderna. Signs se inspira também em
outro filme de invasão de estranhos: o clássico
A Noite dos Mortos-Vivos, de George Romero. Em seus
filmes, M. Night Shyamalan (de Corpo Fechado e A
Vila) expressa o imaginário fantástica do
Império norte-americano em crise, seus impasses existenciais,
a falência do American Dream, e sua incapacidade
de constituir, mais do que nunca, uma vida plena de sentido.
Em Signs, é preciso que ocorra uma invasão
alienígena para Graham Hess voltar a ter fé e
dar um sentido às contingências da vida pessoal.
O último dia de filmagem de Signs ocorreu após
o 11 de setembro de 2001. [topo]
“Sob
os Tetos de Paris”, de René
Clair (1930)
Albert
(interpretado por Albert Préjean) é um cantor
de rua da Paris da década de 1920 que conhece uma bela
jovem, Póla (Pola Illéry), cortejada também
por um gângster. Albert decide conquistar o coração
de Póla com a ajuda de canções, mímica
e pouca conversa. Sous les toits de Paris é
uma comédia de suspense, realizada numa nostálgica
(e provinciana) Paris. Neste filme, Clair ainda não conseguiu
superar a linguagem do cinema mudo. Entretanto, é perceptivel
que ele conseguiu incorporar, com desenvoltura e expressividade,
o tema musical (o que ele demonstraria também em A
Nous La Liberte, de 1931). René Clair dirigiu e
escreveu o roteiro, expressando no filme sua visão satírica
da vida e principalmente, do amor romântico, com suas
ilusões e trapaças. Na verdade, Clair é
um critico sutil da modernidade do capital e de suas ideologias
candentes (por exemplo, a ideologia do trabalho e a ideologia
do amor romântico, cuja critica visceral ele iria expressar
no clássico A Nous La Liberte). É também
um cineasta das alturas, com suas tomadas magnificas dos tetos
da paisagem urbana de Paris (perceptivel no curta Entr'acte
e Le Million). [topo]
(2005)
"Semente
do Mal", de Billy Wilder
(1934)
Henri
Pasquier, dandy parisiense, jovem de classe média,
filho de um renomado médico, frustrado por perder seu
automóvel, que utilizava na boa vida e em conquistas
amorosas, decide roubar um veículo. Entretanto, acaba
se envolvendo com um grupo organizado de puxadores de automóveis
de Paris. Henri acaba se integrando à gang e
começa um romance com Jeanette, irmã do jovem
Jean, membro do grupo. Por lutar por direito iguais para os
integrantes da gang, Henri contraria o líder
dos puxadores. Insatisfeito, o chefe planeja uma emboscada para
eliminá-lo. Um dos primeiros filmes da carreira de Billy
Wilder, que dirigiu ao lado de Alexander Esway. É interessante
que a trama filmica se détem em torno de valores da civilização
do automóvel, como o estilo dandy do jovem Henri,
sua auto-afirmação através do automóvel,
seja como dandy e depois, como gangster e
a falta de perspectivas para jovens de classe média,
como é o caso de Henri e do jovem Jean-la-Cravate, irmão
de Jeanette (que tinha compulsão em colecionar gravatas,
símbolo da elegância ligado ao poder e a high
society). Em destaque, cenas urbanas da Paris de 1933.
[topo]
(2005)
“Suspiria”,
de Dario
Argento (1977)
Susan
Banyon (interpretada por Jessica Harper) é uma jovem
bailarina norte-americana que viaja até uma prestigiada
e conservadora academia de dança na Europa, onde conhece
a misteriora Madame Blanc (Joan Bennet) e a Srta. Tanner (Alida
Valli). Quando uma série de bizarros incidentes e crimes
horríveis começam a acontecer na academia, Susan
tenta fugir e descobre que o local está tomado por uma
horripilante força sobrenatural, conduzida por uma maligna
seita de bruxas. Filme do mestre italiano do horror, Dario Argento,
repleto de cenas grotescas, alucinatórias e arrepiantes.
O impacto das imagens de cores fortes, com destaque para o vermelho,
contribui para a sensação de terror contínuo,
sufocante e terrível. Argento nos conduz para as forças
estranhas, do passado medieval, de seitas secretas que subsistem
no seio da modernidade do capital. O filme se passa numa cidade
remota da Europa civilizada e a visitante é uma jovem
norte-americana, representação da alta modernidade,
alucinada pelas forças malignas do estranhamento primordial.
[topo] (2006)
"Soberba",
de Orson Welles (1942)
Na
Indianápolis do final do século XIX, a família
Amberson se revela relutante em acompanhar as mudanças
do mundo industrializado. Primeiro, Isabel Amberson (interpretada
por Dolores Costello) deixa de casar com a grande paixão
de sua vida em razão de preconceitos aristocráticos
(numa serenata, houve um pequeno acidente, que fez com que ela
se sentisse ridícula e acabasse rejeitando Eugene, o
homem que amava, casando-se com Wilbur Minafer). Anos depois,
Eugene (Joseph Cotten), que se tornara um grande homem de negócios,
regressa à cidade com sua filha Lucy. Após a morte
de Wilbur, o amor entre Eugene e Isabel reacende, mas George,
por pura estupidez, faz de tudo para sabotar o romance. Em The
Magnificent Ambersons, George Amberson é a expressão
da cegueira histórica e do reacionarismo das classes
aristocráticas, incapazes de terem a percepção
de futuro e das mudança das coisas. No caso de George,
colocam-se não apenas contra o progresso da civilização
(como sugere a leganda da foto acima), mas do amor de um homem
e de uma mulher. Diante da observação de George
Amberson (vide foto acima), Eugene observa: “Talvez George
não esteja errado sobre os automóveis. Com todos
os avanços, talvez seja um passo atrás para a
civilização. Talvez nada acrescentem às
belezas do mundo ou à alma do homem. Mas em alguns anos
tudo será diferente por causa deles. Vão mudar
a guerra e irão mudar a paz. Acho que a mentalidade humana
vai mudar por causa dos automóveis.” O cineasta
Orson Weeles com The Magnificent Ambersons (e antes,
com Citizen Kane) conseguiu expor, com talento e perspicácia,
a anatomia das classes aristocráticas norte-americanas,
salientando seu caráter conservador e regressivo. Na
verdade, a decadência dos Amberson é resultado
desta incapacidade de acompanhar o progresso da civilização.[topo]
(2006)
"Sai
da Frente”, de Abílio
Pereira de Almeida (1952)
Estréia
de Mazaroppi nos cinema, até então artista de
sucesso no circo, rádio e televisão. Em "Sai
da Frente" ele representa o suburbano Isidoro, dono de
um caminhão cujo apelido é Anastácio, que,
para levar uma mobília de São Paulo para Santos,
envolve-se em inúmeras confusões com burocratas,
policiais, motoristas e uma partner de circo. O principal
amigo de Isidoro, companheiro de trabalho, é um cão
chamado Coronel, interpretado pelo cão Duque, famoso
astro da Vera Cruz. O filme "Sai da Frente" foi um
grande sucesso e tirou a Vera Cruz temporariamente das dificuldades
financeiras. O roteiro é de Abílio Pereira de
Almeida e Tom Payne. O humor caustico de Mazzaropi toca em questões
sociais como a burocracia do Estado, a arrogância policial,
a hipocrisia do casamento de classe média e as intrigas
suburbanas.
[topo]
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