""Operação
França ",
de William Friedkin (1971)
Drama
policial com ação e suspense baseado em uma história
real ocorrida em Nova York em fins da década de 1960.
Os detetives "Popeye" Doyle (Gene Hackman), policial
durão e inescrupuloso, e Buddy Russo (Roy Scheider) tentam
desmantelar uma rede de tráfego de narcóticos
e acabam por descobrir a Operação França,
conexão do narcotráfico com a França, encabeçada
por Chernier. O filme de Friedkin ganhou cinco prêmios
Oscar, em 1971, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (William
Friedkin) e Melhor Ator para Hackman. Naquela época,
a indústria do narcotráfico criava suas primeiras
conexões internacionais. Cansado de combater traficantes
negros, Doyle e Russo investigam seus verdadeiros mandandes,
altos empresários do narcotráfico, homens brancos
da high society, donos do capital e com conexões
internacionais. A Operação França utilizou
como avião da droga (cocaína), um famoso ator
de cinema francês. Por outro lado, a polícia e
o FBI mais atrapalham do que ajudam Doyle e Russo.
[topo]
(2005)
"Ou Tudo
Ou Nada", de Peter Cattaneo (1997)
Numa
pequena cidade industrial inglesa, seis operários desempregados
decidem montar um show de strip-tease para mulheres,
buscando conseguir algum dinheiro. Comédia dramática
que aborda o drama de desempregados que buscam um novo sentido
de vida e de trabalho. Os operários desempregados, ao
se assumirem como stripers, passam a dar um novo sentido
ao corpo, objeto de predação rígida das
imposições fordistas-tayloristas. A dança,
ao ritmo da dance music, tal como em Flash Dance,
parece ser um mote para flexibilizar a corporalidade viva, adequando-a
as novas imposições toyotistas, da subjetividade
flexível, disposta a acompanhar os novos ritmos da produção
capitalista. Ao se despirem, os operários desempregados
representam um renascimento interior para um novo estilo de
vida. O título original, Full Monty, significa
literalmente “pelados”: os ex-operários desempregados
estão não apenas literalmente nus de corpo, mas
despidos de perspectivas existenciais. Mesmo se soltando, adequando-se
aos novos tempos pós-fordistas, eles estão tão
rigidos quanto antes – parecem continuar desempregados.
Estão inempregáveis no muno do capital. Apesar
da humor, a situação de Full Monty é
de tragédia social. Mesmo após o show de stripers,
permanece o vazio de perspectivas de trabalho. Na verdade, sob
o toyotismo, o corpo é parte da subjetividade “capturada”.
A nova lógica da organização capitalista
“aproxima” corpo e mente, buscando “liberar”
suas disposições participativas. O trabalhador
assalariado deve ser tão flexível em seu corpo,
quanto em suas habilidades cognitivo-comportamentais. Entretanto,
a rigidez do capital, nesse caso, não deixa de ser ineliminável.
Eles continuam desempregados, incapazes de uma vida plena de
sentido. [topo]
(2005)
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