Sinopses de Filmes

K
"Kill Bill ", de Quentin Tarantino (2003/2004)
“King Kong”, de Peter Jackson (2005)
“King Kong”
de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack (1933)


 

 

 

 

 

 

 

 

 

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"Kill Bill ", de Quentin Tarantino (2004)

A Noiva (interpretada por Uma Thurman) é uma perigosa assassina que, após escapar de uma chacina, e despertar de um coma de quatro anos, é tomada por um furor de vingança, perseguindo seus companheiros de trabalho e seu ex-chefe que a traiu (Bill, interpretado por David Carradine), líder do Esquadrão Assassino Víboras Mortais. Entre a Noiva e Bill existe uma tempestuosa relação amorosa que mistura amor, ciúme e ódio de vingança. Em Kill Bill, volume 1 e 2, Tarantino nos oferece um conto de vingança à moda dos western-spaghetti e dos velhos filmes samurai e de artes marciais de Hong Kong. O filme é dividido em duas partes (ou dois volumes) de tons e conteúdos completamente distintos. Ou seja, Kill Bill se desdobrou em dois filmes; um, lançado em 2003; e outro, em 2004. No Volume 1, a Noiva executa Vernita Green, colega de gang. Depois viaja para o Japão, onde adquire uma espada samurai e executa O-Ren Ishii e seus capangas. No volume 2, ela prossegue a saga de vingança crua e cega, riscando os nomes de Budd, irmão de Bill, Elle Driver (interpretada por Daryll Hanna) e, finalmente, Bill, o chefe da gang. O épico Kill Bill expõe violência explicita e furor de vingança sem limites. Na verdade, o furor de violência do western-spagehtti é transposto do Velho Oeste para cenários urbanos da modernidade tardia, o que tende a ser expressão sintomática da regressividade social que atinge a civilização burguesa. A estética da violência nua e crua em Kill Bill expõe a completa ausência do Estado político (apenas na cena da chacina, aparecem representantes da Lei e da Ordem, na figura do Sheriff). No Volume 1, Tarantino mescla o filme com desenho animado, utilizando-se de constantes flash-backs em p&b. Toda a trama adota uma linguagem inovadora, no ritmo de clip musical. Enfim, Tarantino sabe seduzir a mentalidade pós-moderna. A trilha musical fornece efeito melodramático à violência estetizada, reforçando as cenas de ação. É importante salientar uma questão de gênero em Kill Bill: a heroína do filme (a Noiva) é uma mulher e são as mulheres que se destacam mais. Por exemplo: a primeira cena de luta ocorre entre duas mulheres: a Noiva e Vernita Green (o Esquadrão Assassino Víboras Mortais é composto por mulheres). De certo modo, a narrativa de Kill Bill expõe a decadência do homem (como gênero de dominação ancestral) sobre a mulher. De fato, o personagem Bill é a própria expressão do macho decadente. Por isso, podemos dizer que Kill Bill é uma narrativa do crepúsculo do macho. Além disso, a presença, em algumas cenas, de crianças, filhas das mulheres assassinas da gang de Bill (a primeira, de Vernita e a segunda, da Noiva), parecem demonstrar que, apesar da transformação da mulher numa “máquina de violência”, elas ainda conservam seu lado instintivo-maternal, sendo a guardiã da prole. Finalmente, podemos dizer que Tarantino possui um genial faro estético-comercial. Ele se utiliza não apenas de ícones de narrativas orientais (como samurais, etc), mas de atores e técnicos chineses e japoneses, que contribuiram para a produção de Kill Bill. O filme teve locações nos EUA e na China. Sinais dos tempos do capitalismo zen-budista: imersa em sua crise estrutural, Hollywood, quer abocanhar um mercado exibidor com 750 milhões de espectadores. [topo]
(2004)

 

 

“King Kong”, de Peter Jackson (2005)

 

 

Refilmagem do filme clássico de 1933, “King Kong”, de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack. Em plena depressão da década de 1930, a atriz de teatro Ann Darrow, interpretada por Naomi Watts, desempregada e faminta, decide aceitar a proposta do cineasta Carl Denham (Jack Black), para contracenar em seu filme, que, segundo ele, será rodado em Singapura. Com uma equipe restrita de protagonistas (o casal do elenco, um técnico de som, assistente de direção, câmera e Jack Driscoll, o roteirista), eles partem no cargueiro Venture. Entretanto, em alto-mar, Denham diz que o destino do velho cargueiro não será Singapura, mas sim a Ilha da Caveira. Levados por uma tempestade para a Ilha desconhecida, eles acabam enfrentando canibais, que seqüestram Ann Darrow para oferece-la a Kong, o gorila gigante de 7,6 metros e 3,6 toneladas. Kong se apaixona por Ann, salvando-lhe a vida ao protege-la de dinossauros predadores. A Ilha da Caveira é um território perdido em pleno século XX, cenário pré-histórico, habitada por dinossauros, animais e insetos monstruosos e exóticos. Em busca de Ann, os tripulantes do Venture se deparam com Kong. Conseguem traze-la de volta, mas Kong persegue sua amada Ann. Denham vê no gorila gigante oportunidade de lucros milionários na América. Convence o capitão do Venture a captura-lo e leva-lo para Nova York onde se torna objeto de exploração e exibição para a high society. Mas Kong não resiste ficar longe da amada. É interessante que, em sua Ilha, Kong era o Rei do mundo pré-histórico, vencendo dinossauros e répteis gigantes. Entretanto é derrotado pela beleza de Ann Darrow e pela tecnologia de destruição do homem (morre no topo do prédio-simbolo da civilização do capital, o Empire Sate Building, atingido por rajadas de metralhadoras de aviões de caça). O gorila gigante parece ser capaz de expressar sentimentos verdadeiros, enquanto o homem burguês, imerso no mundo fetichizado das mercadorias, tornou-se incapaz de fazê-lo. De certo modo, o filme King Kong é a expressão alegórica da inversão estranhada produzida pelas relações sociais capitalistas, onde o que é humano se expressa nos animais e o que é "animalesco" torna-se próprio do homem. A versão de Peter Jackson é bastante fiel ao clássico de 1933, inclusive, destacando com enfase a paixão do gorila gigante pela bela Ann Darrow (a cena da dança no gelo de Kong e Ann não existia no filme original e foi elaborada para salientar o afeto visceral que o gorila gigante tinha pela jovem loira). Foi por ela que Kong se sacrificou, enfrentando os caçadores de Carl Denham. É a paixão que irá leva-lo à morte no seio da civilização do lucro. [topo]
(2005)

 

 

 

“King Kong” de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack (1933)

 

 

Carl Denham é um diretor de cinema com mania de grandeza que decide realizar o “filme de sua vida” numa ilha misteriosa: “Skull Island” (Ilha da Caveira). Para isso, parte em expedição num navio com sua equipe de filmagem e a atriz do filme, Ann Darrow (Fray Wray). Ao chegar na ilha, encontram um mundo de animais pré-históricos perdido no Pacífico, com uma tribo de aborigenes que executam rituais de oferenda humansa para um gorila gigante (Kong). Ao ser oferecido num ritual para Kong, Ann é seqüestrada pelo gorila gigante. Kong parece apaixonado pela linda jovem. A equipe penetra no coração da ilha para tentar resgatá-la, tendo de encarar todos os perigos do mundo pré-histórico em pleno século XX. Conseguem não apenas resgatar Ann, mas aprisionar Kong que é levado como atração do século. King Kong torna-se fonte de lucro para Carl Denham em Nova York. No dia de sua exibição pública, Kong liberta-se, procurando por Ann Darrow. Fugindo, ele escala os prédios de apartamentos de Nova York, levando o terror à metrópole. Ann procura por Kong buscando acalma-lo. Mas ao escalar o Empire State Building, Kong será alvo do bombardeio de aviões militares. No final, Denham faz um paralelo entre King Kong e a Bela e a Fera. Isto é, a Fera, Kong, sacrificou-se pela Bela, Ann Darrow. [topo]
(2006)