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“Narradores
de Javé” de Eliane Caffé
(Brasil,
2003)
LETRAMENTOS
DO POVO DE JAVÉ
A
ciência da comunicação surgiu no final século
XIX, caracterizada pelo pensamento moderno, seu foco era explicar
o processo de comunicação entre os seres humanos e as
máquinas que surgiam e mediavam este processo. No século
XX, o perfil de uma sociedade cada vez mais urbana, populosa, dispersa
em muitos territórios, vivendo o evento da globalização
econômica e cultural, surge a necessidade de investigar os eventos
de saber-poder e a influência dos meios de comunicação
em massa, isto é, grande número de pessoas que estão
envolvidas com a dinâmica da invenção da sociedade
comunicativa.
Esta comunicação do pensamento moderno, composta com
a linguagem estruturalista, tem inicialmente, como foco o conceito
de que a linguagem é natural e a produção de
informação se apresenta como uma representação
das coisas do mundo, como um conjunto de códigos decodificados.
Sendo a comunicação uma cadeia objetiva e linear da
realidade. E toda vez que acontece um “ruído” na
transmissão da comunicação, este passa a ser
considerado improdutivo, descartável.
Nestes séculos se produziram muitas teorias da comunicação,
tais como: modelo unidirecional, modelo contextual, modelo hipertextual
(POUGY, 2006), algumas das teorias corrobora com a idéia da
linguagem como fenômeno natural, considerada uma vertente estruturalista
da linguagem, e outras, afirmam que a linguagem é o efeito
da produção discursiva, que a linguagem é produzida
e inventada. A linguagem produz e é produzida pelo discurso.
A comunicação se materializa em discursos que são
constituídos por enunciados; são posições
sobre a linguagem da vertente pós-estruturalista da linguagem.
A linguagem pós-estruturalista, tomado no sentido foucaultiano,
afirma o discurso como “um conjunto de seqüências
de signos, enquanto enunciados, isto é, enquanto lhes podemos
atribuir modalidades particulares de existência” (FOUCAULT,
1987,p, 124). O discurso focaliza-se, em geral, em conjuntos de expressões
verbais e não verbais, identificados com certas instituições
ou situações sociais, como, por exemplo, o discurso
da ciência, o discurso jurídico, o discurso médico,
o discurso pedagógico, entre outros. No contexto pós-estruturalista,
este conceito é utilizado para enfatizar o caráter da
linguagem no processo de construção do mundo social.
“Foucault argumenta que o discurso não descreve simplesmente
objetos que lhe são exteriores: o discurso fabrica”.
(SILVA, 2000, p.43). Então, o discurso mídiático
faz e se faz gente, diz e anuncia o que podemos ouvir, produzindo
verdades constantemente, produzindo relações de poder,
numa realidade cambiante e volátil da qual estamos vivendo.
Assim o discurso se agencia produzindo subjetividades: visível
e invisivelmente. Com este conceito de discurso é possível
afirmar que as mídias comunicativas maquinam, fabricam os modos
de existir e estar no mundo. Pondo todos a viver as marcas subjetivadas
e produzidas em culturas.
Ao enunciar a palavra mídia se faz necessário distinguir
o termo mídia, que aqui é entendida, como todos os instrumentos
criados pela tecnologia e que são usados para a comunicação
entre pessoas; desde uma simples folha de papel impresso até
o computador de última geração, ou seja, a tecnologia
que pretende mediar relações entre as pessoas. Há
movimentos diferentes em uma mídia de vídeo, de áudio,
de fotografia; de cinema; também encontramos uma mídia
de texto, de gráfico de animação.
A mídia é parte da produção da comunicação
que a humanidade aprimorou-se, e a expressão mídia,
pode estar sendo empregada nos meio de comunicações,
de veículos de comunicações, de comunicações
de massa, comunicação publicitária de veiculações
de anúncios, comunicação de informações
digitais, por exemplo: disquete, cd, canetas ópticas; pode
ser também a comunicação das imagens gráficas.
A mídia/cinematográfica então, está sendo
tratada aqui, como um artefato cultural que constrói relações
de comunicação.
Com a amplitude do conceito de mídia, faz com que esta tenha
a função de produzir comunicação, e a
comunicação, é um campo de conhecimento produzido
pela humanidade. Podemos, assim, falar que a comunicação
é sempre social e coletiva, e ela é parte dos sistemas
de símbolos, pondo nesta relação uma variedade
de funcionamentos, que hoje, queremos compreender o funcionamento
tão complexo que envolve a comunicação cinematográfica
na educação.
E na tentativa de tentar compreender essas comunicações,
somos pequenos e finitos, pois, ela faz escorregar a racionalização
sobre os fatos que a envolvem. Mas mesmo assim, façamos uma
experimentação de reconhecer alguns dos movimentos da
mídia/cinematográfica e a educação.
INTERLOCUÇÃO ENTRE O CINEMA E A EDUCAÇÃO
O filme, Narradores de Javé serve de interlocução
entre a cinematografia e a educação. Coloco a escrita
deste material sobre a mira dos contextos educacionais, ad-mirando,
neste momento alguns atravessamentos sobre a temática letramento
que vejo produzidas no contexto do filme.Claro que me não me
ocuparei em discutir as questões de ênfase cinematográficas
sobre o filme, até porque não tenho competência
para falar sobre está área do conhecimento O interesse
desta interlocução vai no sentido de buscar em NARRADORES
DE JAVÉ uma leitura para tecer algumas contribuições
da mídia/cinematográfica na parte pedagógica.
Este ensaio passa a ser uma das possibilidades de (re)conhecer os
discursos circulantes sobre o conceito de letramento no filme. Tendo
a certeza de este estudo deixo muitas outras questões e áreas
do conhecimento a deriva.
O que segue, então, são alguns comentários e
algumas questões de cunho educacional em torno deste filme
brasileiro, mesmo tento a informação de que a Diretora,
não tinha essa intencionalidade ao produzi-lo. Os comentários
e as questões que anuncio aqui centram momentos: apresentação
do filme, as questões da cultura oral, as questões da
cultura escrita e os letramentos Javélicos. Apesar do filme
provocar uma enxurrada temas (comunidade, ética, raça,
religião, gênero, degradação ambiental,
cultura, econômica, política, história, identidade,
história oral, literatura regional, preconceito lingüístico,
arte e cinema) trago para o debate as questões que estudo sobre
a temática letramento dos Javélicos.
NARRADORS DE JAVÉ : o filme
NARRADORES DE JAVÉ, produzido no Brasil, por Bananeiras Filmes,
em 2003; escrito e dirigido pela brasileira Eliane Caffé. Os
críticos de cinema o descrevem como uma comédia dramática,
baseada em fatos jornalísticos. Tendo como principais atores:
José Dumont, atuando como Antônio Biá, o escrevedor
das memoriais orais do povo. Nelson Xavier, como Zaqueu,um dos lideres
da comunidade de e narrador da história de Javé anos
após o “acontecido”. O filme conta com muitos outros
personagens, destaco estes, pois a análise que farei estará
centrada, basicamente nestes dois personagens: Antonio Biá
e Zaqueu.
O filme inicia com Zaqueu, narrando a história da cidade de
Javé , anos depois desta ser inundada pela represa. A história
que Zaqueu conta aconteceu no sertão da Bahia, estando a comunidade
de Javé ameaçada por uma inundação da
hidrelétrica, construída na região. Para tentar
impedir está tragédia, os moradores do povoado resolveram
escrever sua história e tentar transformá-la em patrimônio
histórico, a ser preservado. Essa história tinha que
ser escrita através de um documento científico: um dossiê.
Mas quem poderia escrevê-la? O único adulto da comunidade,
alfabetizado e bom nas “escrituras” era Antônio
Biá (José Dumont). Foi ele o escolhido para escrever
este documento “científico”, embora a comunidade
de Javé, não confiasse nele. O povo o chamava de “sacanajeiro,
enganadô”. Porque as pessoas de Javé o chamavam
assim? Zaqueu conta, que no passado ele, o Biá usou do poder
da escrita para enganar as pessoas. Ele era funcionário do
único Posto de correios da cidade. Por ser uma comunidade não-alfabetizada,
o correio passou a ser um local, quase sem função social,
as pessoas não utilizavam a tecnologia da escrita no seu cotidiano.
Antônio Biá, percebe a ameaça de ficar sem seu
emprego, pois o correio estava para ser fechado, pela ausência
de uso da escrita. Então, ele cria a estratégia para
não perdê-lo. Passa a escrever cartas para outras localidades,
em nome das pessoas do Vale de Javé.. Fofocas eram o conteúdo
das cartas, como bem relata Zaqueu:“Ele aumentava os fatos acontecido,
com malícia e difamando. Mas tudo era feito com graça
e sapiência do ofício de escrever”. Ao ser descoberta
sua farsa, foi expulso do centro deste vilarejo. Mas a mesma comunidade
que o expulsou, a tempos atrás, naquele momento, precisava
de “seus serviços”. Zaqueu ,afirma que ele teria
que escrever o documento cientifico de Javé, pois ele é
tido com um bom escritor: “Se Antônio Biá escreve
mentira, escreve muito bem!!! E para fazê um dossiê, tem
que fazê uma juntada de escrita das coisas que aconteceram por
aqui...Ouvindo a nossa gente contando pela boca, a história
verdadeira, a científica.”. Depois dessas declarações,
Antônio Biá foi obrigado a aceitar o cargo de escrevedor.
O povo passa, a contar, narrar as memórias orais, na esperança
de salvá-los da moderna tecnologia, a hidrelétrica,
que fará o povoado desaparecer nas águas.
O escrevedor de memórias já estava contratado, urgentemente,
ele precisava ouvir os relatos das memórias, das histórias
orais feitas pelos narradores de Javé, isto é, os moradores
e as moradoras deste Vale. Nesta fase, do filme Biá passa visitar
as casas dos moradores e pedir-lhes que conte os fatos acontecidos:
“Conte as lembranças Javélicas, históricas
e pré-históricas para gente por no livro a odisséia
do Vale de Javé”, falava o sacanajeiro!
Javé e seu povo. Eles e elas, moços e moças,
crianças, velhos, velhas, mulheres e homens, negros e negras,
em sua maioria; poucos brancos e muitos mestiços, todos nordestinos;
se diziam esperançosos/as ao narrarem as memórias de
sua Javé. Histórias contadas de várias versões,
enredos, e cenários; desde guerreiros e guerreiras, heroínas
e heróis, mendigos homens sofredores de “dor de corno”.
Tinha até quem dissesse que os “Javélicos e Javélicas”
vieram da África. Apesar desta variedade de fatos e de versões,
o fundador da cidade, o Javélico Indalécio e Mariadina,
sempre apareciam nas prosas das autonarrativas do Vale. A história
da vida deste povoado é a história das narrativas que
ouviram, viram, e quase nada escreveram. A cada narrador uma outra
história. A mesma Javé tinha sentidos diferentes, tanto
para aquele que contava, quanto para aqueles/as que ouviam. Produzindo
assim, multiplicidade de histórias e diferentes efeitos de
sentidos. Somos, constituídos e atravessados pelas nossas histórias
e pelo que narramos delas. LARROSA (1996), diz que a auto-narrativa
é um dos lugares que a pessoa ocupa provisoriamente para si
mesmo, com a presença de sua própria voz.
Como já referi anteriormente, Antônio Biá, passa
a ser o escrevedor das memórias do povoado, o único
adulto alfabetizado da comunidade. E passo Antônio Biá
passa a ter o papel de transpor para o papel as falas do Vale de Javé.
E é agora que passo a extrair do filme os traços particulares
sobre os letramentos do texto/filme, entendo aqui letramento: como
esta comunidade vive com a tecnologia da leitura e a escrita, bem
como está representada nas práticas e funções
sociais do cotidiano. Acreditando que alguns traços específicos,
das sociedades modernas produzem regulações e espaços
de ser e de habitar para esta comunidade. Defendendo a tese de que
Javé, não habita somente nas representações
do analfabetismo, mas vive e produz processos de letramentos singulares.Sendo
filme faz marcas dos Javélicos numa comunidade letrada, mas
não alfabatizada. Passo a demarcar a seguir como este processo
de letramento acontece no filme, e esta é uma das grandes contribuições
do filme. Pois é possível olhar os Javélicos
como pessoas politicamente potentes, pois são produtoras de
linguagens, que necessariamente não são as do letramento
escolar.
CENAS DOS LETRAMENTOS JAVÉLICOS
Em Javé existem muitos espaços de produções
de letramento e estes são carregados de vários efeitos
de sentidos para a comunidade. Cabendo, ainda, rastrear um pouco das
produções de situações letradas deste
povoado, para provar que estes são letrados mesmo com baio
grau de escolarização e ou com nenhum nível de
alfabetização. Abaixo descreverei trechos das algumas
cenas do filme.
Cena 1
As paredes da casa de Antônio Biá era todas escritas,
com ditos populares, parlendas, piadas, frases como esta: “aqui
mora um intelectual alcolatra”.Durante todo filme é na
casa dele que aparece uma estante de livros.
Na porta da frente de sua casa tinha escrito uma frase: “Proíbido
entrada de analfabeto”
Cena 2
Biá era o único adulto da cidade que usava cotidianamente
uma bolsa atravessada no corpo, e nela tinha um livro com folhas em
branco, lápis, apontador.
Cena 3
Antônio Biá era o funcionário do posto de correio
da cidade. E para manter seu emprego, enviava cartas em nome de outras
pessoas. Provocando um “rebulhiço” de fofocas na
cidade. Ao ser descoberto, perdeu sei emprego no correio, sendo o
local fechado.
Cena 4
O sacanajeiro, Biá narra com cuidado e destreza os artefatos
culturais da escrita: o lápis, a caneta, o apontador.”Eu
não uso caneta. Eu não me acostumo.(nesse momento ele
aponta o lápis para um analfabeto) Não sei se o senhor
já vi, uma caneta corre no papel, assim, sem freio. Então,
se a gente erra e quer arrumar,aí aporcalha tudo. Aí,
fica aquela dessentira de tinta. O lápis é maravilho!Ele
agarra o papel, ele aceita a borracha, ele obedece a mão e
ao pensamento da gente. Aliás eu sou um homem que só
consegue pensar a lápis”.
Cena 5
Demarcando as regras da escrita, Biá diz: “Escritura
é assim, o homem curvo vira corcunda, a gente do olho torto,
eu digo que é caolho. Por exemplo, se o sujeito é manco
na vida então na história eu digo que ele não
tem perna. É assim, das regras da escrita.”
Cena 6
A barbearia da cidade é embaixo de uma grande árvore,
no centro da cidade. A placa com as indicações de preços
e serviços é fixada no tronco.. “Corte de cabelo
R$ 3,00”. A escrita é feita com giz branco, desenhada
com letra bastão.
ANALISANDO AS CENAS DE LETRAMENTO
Com a descrição das cenas acima quero mapear alguns
discursos que são específicos de um tipo de letramento
e como estes constituem e produzem espaços de habitar e de
ser nos moradores do povoado. As representações de letramento
em torno do personagem Antônio Biá são bem diferenciadas
dos da maioria dos personagens de Javé. Entendo que o letramento
permite a participação de diferentes usos da escrita
e da leitura no cotidiano.Pois trato letramento como um conjunto de
práticas social e culturalmente determinadas pelo uso da escrita,
o que caracteriza o letramento é função que a
escrita exerce no cotidiano (KLEIMAN,1995). Os letramentos são
práticas de instâncias sociais, são produzidas
de diferentes maneiras em determinados tempos históricos. Sendo
que, os fenômenos de letramentos, vão para além
do mundo escrito, eles são vividos nas relações
das pessoas com as instituições sociais (e das instituições
com as pessoas), temos muitas das agências de letramentos no
filme que produzem os muitos eventos letrados. E esses maquinamentos
entre as agencias de letramentos e as relações com as
pessoas, tem intensidades diferenciadas. Como é o caso de Antônio
Biá e outros personagens da comunidade
Se apontar novamente para as cenas anteriores, descrevo algumas das
agências que produzem discursos diferenciados de letramento,
tais como: a escolas, a igreja, as famílias, o posto de correio,
o bar, a barbearia, a casa de Antônio Biá (no filme vejo
a casa de Biá como uma agencia de letramento) a praça,
o Governo Federal. E as suas agencias produzem indícios, eventos
de letramentos tais como: a placa do barbeiro, as cartas enviadas
por Biá, o desejo da existência de dossiê cientifico,
“a dessentiria de tinta da caneta”, os rótulos
das cachaças, os alfabetizados, os não-alfabetizados,
estante com livros da casa de Biá., o outdoor da hidrelétrica,
as câmaras filmadoras dos engenheiros, as rezas, as músicas,
o sino da igreja, o brinquedo das crianças, o lápis,
o apontador, a bolsa com o livro-dossiê(livro de Biá).
Mesmos os Javélicos não sendo alfabetizados, estão
inseridos nestes eventos discursos, e nestes circulam potências
de letramentos (como os descritos). A alfabetização
não nos dá garantia dos usos e práticas sociais
da leitura e da escrita, ela é parte de um tipo de letramento,
ela é uma das agencias que produz evento muito específico;
o letramento escolar. Há graus de letramentos (TFOUNI, 1995),
esses graus são variações de marcas dos tipos
de usos e das funções da escrita no cotidiano. Pois
defendo a tese que os Javélicos são letrados, embora
muitos deles, em sua maioria não tenham sido alfabetizados,
nem escolarizados. A alfabetização produz processos
de letramentos, quase sempre na instância escolar. É
um engano conceitual atrelar a alfabetização ao letramento.
Ela não pode ser considerada a desencadeadora do letramento,
de uma maneira universal; pois neste espaço já apresentei
as inúmeras agencias que fazem circular muitos tipos e de diferentes
graus de letramentos. A autora não encontra nos seus estudos
contemporâneos nenhuma sociedade que grau ZERO de letramento,
do ponto de vista sócio-histórico cultural, não
existe produção social que viva um grau zero de letramento,
portanto, iletramento, é uma palavra descartada do contexto
teórico desta autora.
ENTÃO, JAVÉLICOS SÃO LETRADOS!?
Para finalizar, a argumento sobre a idéia de que os Javélicos
são letrados, mesmo sendo não-alfabetizados, trago a
autora TFOUNI (1995) que me possibilidade fazer essa afirmação,
pois se letramento são práticas discursivas dos usos
e funções sociais da leitura e da escrita e são
desenvolvidas no cotidiano das relações sociais. E com
suas peculiaridades discursivas inquietam as sociedades modernas,
pois essas produzem uma idéia de supremacia sobre a cultura
oral, espalhando um certo desprestígio sobre outras culturas,
que não sejam as gráficas. Eles produzem conexões
entre as culturas, extrapolando a instância oral e escrita;
movimentando outros territórios desencadeando espaços
nômades. Espaços ainda não demarcados, não
tão territorializados pelo capitalismo. Possibilidade do devir
(processo, nem faz parte de um começo nem faz parte de um fim,
podem ser espaços intermediários sem nomes) espaços
prontos para outros acontecimentos acontecimento políticos
e de linguagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Filme Narradores de Javé, Ano de Lançamento (Brasil):
2003, Estúdio: Bananeira Filmes / Gullane Filmes / Laterit
Productions, Distribuição: Riofilme, Direção:
Eliane Caffé, Roteiro: Luiz Alberto de Abreu e Eliane Caffé,
Produção: Vânia Catani, Música: DJ Dolores
e Orquestra Santa Massa, Fotografia: Hugo Kovensky, Direção
de Arte: Carla Caffé, Edição: Daniel Rezende
FOUCAULT,
M. As palavras e as coisas. São Paulo, Editora Martins Fontes,
1987.
KLEIMANN,
Angela B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização
na escola. In: KLEIMANN, Angela B. Os significados do Letramento.
Uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas,
SP, Editora Mercado de letras, 1995.
LARROSA,
Jorge. La experiência de la lectura. Barcelona, Laertes, 1996.
POUGY,
Eliana Gomes Pereira. Educação e comunicação:
pelas vias de uma didática da obra de arte. Universidade de
São Paulo, Faculdade de Educação, Pós-Graduação
em Educação, Dissertação de Mestrado,
São Paulo, 2006.
SILVA,
Tomaz Tadeu. Teoria Cultural e educação. Um vocabulário
crítico. Belo Horizonte, Autêntica, 2000.
TFOUNI,
Leda Verdiani. Letramento e alfabetização. São
Paulo, Editora Cortez. 1995.
http://www.narradoresdejave.com.br
Sônia
Regina da Luz Matos
Professora da Universidade de Caxias do Sul- RS
Centro de Filosofia e Educação
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